Pacientes são flagrados sem água e comida no HV e Defensoria vê caos
Defensoria Pública constatou situação caótica na unidade hospitalar e alertou sobre uma possível intervenção no município
Oito pacientes renais que estavam internados no Hospital da Vida precisaram ser transferidos. Segundo a 4ª Regional de Dourados do órgão, a transferência de 8 dos 17 pacientes que estavam internados no setor de nefrologia foi necessária após a defensora pública Mariza Fátima Gonçalves, representantes do Ministério Público Estadual, Defensoria Pública da União, OAB/MS e vereadores do município constatarem o estado caótico a qual se encontrava a unidade de saúde, em uma visita realizada no dia 8 de agosto.
“A situação caótica, conforme a defensora, se instalou devido a uma dívida milionária da unidade de saúde, o que acarretou no não pagamento de fornecedores. Serviços essenciais, como exames em área verde, amarela e vermelha, estão sendo suspensos. Também faltam médicos, insumos básicos e ainda existem atrasos de pagamento e escalonamento de salário de profissionais, o que provoca péssimas condições do serviço oferecido à população”, detalhou o órgão em seu site institucional.
Em reunião realizada posteriormente, as partes envolvidas deliberaram por revisar as pactuações entre outros hospitais e deram prazo até o final deste mês “para que a situação seja resolvida antes que medidas judiciais sejam tomadas, como por exemplo, a intervenção do Estado no município”.
Em nota enviada à 94FM após a publicação da matéria, a Defensoria Pública requisitou a retificação de uma informação noticiada com base no que havia sido divulgado em seu site institucional.
Segundo o órgão, “a situação relatada guarda parcial relação com os pacientes do atendimento nefrológico (renais), vez que os pacientes de nefro que estavam internados, eram crônicos, e a internação se mantinha por ausência de vagas em clínica médica especializada estão alta médica, apenas aguardando que o município de Dourados disponibilize vagas para se submeterem a hemodiálise de forma ambulatorial”.
“A paciente qual se relatou na inspeção realizada que estava sem água e sem comida, trata-se de um caso específico de uma paciente do sexo feminino, que estava há 30 horas com alimentação e água suspensa (dieta zero) em razão de prognóstico de apendicite, com possibilidade de ser submetida a cirurgia de urgência”, esclareceu.
“Nesse sentido, faz-se necessária a correção da informação, vez que a situação não guardou relação com o atendimento de nefrologia, mas com caso de uma paciente que havia sido admitida na urgência do hospital (área vermelha). A alimentação e a água dos pacientes de nefro estavam sendo fornecidas de forma regular, sendo problema específico sobre a ausência de vagas em clínicas especializadas em hemodiálise no município de Dourados para atendimento ambulatorial”.
Em resposta enviada à 94FM na manhã deste sábado (17), a secretária municipal de Saúde, Berenice Machado de Oliveira Souza, alegou que as informações divulgadas pela Defensoria Pública não são verdadeiras.
“Eu estava acompanhado a visita e informei corretamente sobre a situação de cada paciente. O paciente que caiu do telhado já estava medicado e avaliado pelos especialistas e aguardando o resultado de exame. Estava medicado. Em relação aos pacientes que necessitam de hemodiálise foram transferidos conforme foi abrindo vagas nas clínicas”, detalhou.
*Matéria editada às 07h20 de 17/08 para acréscimo e correção de informações, já que a Defensoria Pública enviou nota com mudanças em relação ao noticiado originalmente em seu site institucional.