Relato de médico do Samu embasou juiz para converter prisões de pai e madrasta

Socorrista relatou que mãe de Jéssica afirmou não haver nada mais a fazer e disse que a madrasta não sabia informar sequer o nome do bebê Rodrigo, já morto em seus braços

Socorristas do Samu relataram cenário confuso no local onde criança morreu (Foto: Sidnei Bronka/Arquivo)
Socorristas do Samu relataram cenário confuso no local onde criança morreu (Foto: Sidnei Bronka/Arquivo)

O despacho proferido segunda-feira (27) pelo juiz Cezar de Souza Lima, que negou o pedido de liberdade feito pela defesa de Joel Rodrigo Avalo Santos, de 25 anos, traz novos detalhes daquela trágica manhã de 16 de agosto, quando o bebê Rodrigo Moura Santos, de apenas um ano e meio de vida, morreu numa casa na Rua Presidente Kennedy, Jardim Márcia, no prolongamento da Rua Joaquim Teixeira Alves, em Dourados. 

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Pai do menino, Joel Tigre, como é conhecido no meio das artes marciais mistas, o MMA, está preso desde aquela data, indiciado por maus-tratos. Por segurança, ele foi transferido à PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Sua esposa, Jéssica Leite Pereira, madrasta da vítima, assumiu ter agredido o menino na manhã da morte e está isolada em uma cela do 1º DP (Distrito Policial).

Para o juiz titular da 3ª Vara Criminal de Dourados, ambos são suspeitos de homicídio, conforme entendimento que ele já havia manifestado no dia 17 passado, quando converteu as prisões em flagrante realizadas pela Polícia Civil em preventivas, sem prazo pré-estabelecido para acabar. Aquela decisão foi mencionada no despacho de ontem e revela que o depoimento de um médico do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) pesou fundamentalmente em sua decisão.

Jéssica e Joel estão presos suspeitos pela morte do bebê Rodrigo (Foto: Reprodução/Facebook)
Jéssica e Joel estão presos suspeitos pela morte do bebê Rodrigo (Foto: Reprodução/Facebook)

ENGANAR SOCORRISTAS

Chamados para atender uma ocorrência de criança engasgada, os socorristas depararam-se com um cenário confuso. De acordo com o relato do médico responsável, ao chegarem no local, “a mãe da autora Jessica disse que a criança já estava morta e 'nada mais adiantava'”. Para o magistrado, ela tentou “enganar as pessoas que prestaram socorro à vítima ao informar que ela tinha se engasgado”, segundo trecho da decisão de ontem.

O médico do Samu prossegue: “que entraram num quartinho, onde estava a criança; que a criança, Rodrigo, de apenas 01 ano de idade, estava nos braços da madrasta Jéssica; que avaliaram a criança por cerca de 10 a 12 minutos, constatando o óbito às 07:25min; que avaliaram os sinais vitais e também perceberam a existência de marcas de agressão na região frontal esquerda; que as pupilas estavam dilatadas, sem resposta a estímulos luminosos”.

ESTRANHAMENTE

Também detalhou ao juiz “que havia cianose (roxo) central e nas extremidades, ausência de respiração e pulso central (...); que também havia um ferimento corto contuso na região frontal direita; que havia traumas odontológicos na língua; que também havia escoriações no pescoço da criança (...); tinha hematomas no flanco esquerdo (bacia) e dorso (região lombar); que ressalta que, a todo momento, perguntou para a madrasta qual era o nome da criança; que estranhamente a madrasta alegava não saber o nome da vítima”.

Com base nos elementos obtidos, o juiz ponderou que “apesar do Delegado de Polícia autuar os indiciados por maus tratos, tem-se que pelos elementos acostados nos autos possivelmente se trata de crime de homicídio”. Por essa razão, converteu em preventivas as prisões em flagrante sob as mesmas justificativas que agora utilizou para negar o pedido de liberdade do pai da criança.

COMOÇÃO SOCIAL

“Os indiciados são acusados de agredir o menor Rodrigo Moura dos Santos, de aproximadamente 1 ano de idade. Pelo depoimento das testemunhas e certidão de óbito, a vítima apresentava diversas lesões na cabeça, pescoço, região lombar e na bacia, que foram causa de sua morte. A segregação dos acusados para garantia da ordem pública é imperiosa, pois praticou crime de grande repercussão social, com extrema violência, ou seja, ceifaram a vida de uma criança com 1 ano de idade. A extrema violência com que agiram, isto é, a gravidade concreta do delito demonstram a periculosidade dos agentes, em clara ameaça à sociedade”, despachou à ocasião.

Além disso, o magistrado pontuou ser “necessária a segregação cautelar para garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e possibilidade de aplicação da lei”. “Por fim, a comoção social decorrente da morte de um bebê, possivelmente causada pela madrasta e pai, causou na sociedade grande comoção e não se trata de matérias jornalísticas mas sim de efetiva comoção social”.

Comentários
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  • Maria Eliane Beltrão Medeiros Palhares

    Maria Eliane Beltrão Medeiros Palhares

    Meu deus tenha misericórdia ela tem que pagar ele também sendo pai não via própria mulher fazer isso com inocente a mãe dela também tem culpa colocar ela também nas grandes meu deus com tanta injustiça com uma criança indefeso será que ela não se arrependeu ele também é safado porque aceitou uma mulher assim crianças chorar com fome sede dor mais deixar eles aqui depois fazer aqui se paga eu não conheço não mais meu coração está de luto por esse menino ele era tão lindo deixar eles vão acertar as contas com deus

  • ana

    ana

    Meus Deus a mãe daquele mostro não sabia o nome do bebê? O que eu não entendo por que que eles chamaram o Samu, pois o que dá a entender que eles já queriam se livrar do corpinho desse anjo!! É muita maldade junta!!! Que pena que a outra criança não entende de nada!!!

  • Revolta

    Revolta

    Entao se a mae dela fez isso entao ela sabia q a filha tinha espancado a criança entao nem queria q o samu olhasse a criança pra nao ver hematomas Sera Deus q isso vamos ter mais surpresa pq o q esta relatando q a mae dela ja sabia q a criança estava morta por espacamento

  • Olhar

    Olhar

    Tudo que está em oculto ta sendo revelado