Disputa acirrada marca desfile das escolas de samba de Corumbá

  • Assessoria /Subcom
Foto: Divulgação
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Mantidas em apenas um grupo, as escolas de samba de Corumbá não enfrentam mais o fantasma do decesso e, em igualdade de condições – inclusive nos repasses financeiros do poder público –, entram na passarela do samba brigando pelo título. A mudança no regulamento causou uma reviravolta em 2018, quando as pequenas agremiações desbancaram as grandes, tendência que deve se manter em acirrada disputa neste ano.

A evolução técnica foi demonstrada na noite de domingo (3) pelas escolas Estação Primeira, Major Gama e Imperatriz de Corumbá, consideradas intermediárias, com chances de boa pontuação. A Império do Morro, uma das favoritas ao título, saiu na avenida com muito luxo e brilho, mas perdeu dois carros por problemas mecânicos e ainda estourou seu tempo em quatro minutos. A Pesada, vice-campeã em 2018, fez um desfile empolgante.

“As escolas cresceram bastante, principalmente as tidas como pequenas. Estamos vendo desfiles grandiosos e acredito que foi positiva a escolha de um grupo só. Levantou as escolas pequenas que estavam extremamente desmotivadas e acredito que isso só vai engrandecer o nosso carnaval”, avaliou Zezinho Martinez, presidente da Liesco (Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá).

Na primeira noite das escolas de samba, foram sete horas de espetáculo na Avenida General Rondon. A última escola a desfilar, a Império do Morro chegou à dispersão às 3h desta segunda-feira. Corumbaenses e turistas lotaram os camarotes e arquibancadas na passarela do samba, onde o carnaval, apoiado pelo Governo do Estado, ocorre em um clima de muita tranquilidade, com poucas ocorrências policiais, a maioria por embriaguez.

Casa de umbanda

O desfile desta segunda-feira (4) reúne cinco escolas e será aberto pela Acadêmicos do Pantanal, que leva para a passarela do samba o samba-enredo “Luta e Gloria de um Guerreiro chamado Nelson”, homenagem ao carnavalesco Enildo Costa, fundador da escola e da Liesco. A escola criada em 2001 terá 700 componentes, com comissão de frente formada por 10 integrantes, 17 alas, quatro carros alegóricos e 75 ritmistas.

Segunda escola a desfilar, a Mocidade Independente da Nova Corumbá, campeã de 2018, defenderá o samba-enredo “Os 110 anos dos Divinos Santos do Brasil”. A escola vai contar a história de todos os santos da umbanda, ressaltando Corumbá como uma das cidades com maior número de terreiros do Brasil. “Vamos levar para a avenida pais de santo renomados”, contou a presidente Fernanda Vanucci. A escola terá 100 componentes, 17 alas e cinco alegorias.

Lugares especiais

Entra na passarela do samba, na sequencia, a Caprichosos de Corumbá, com o enredo “Albuquerque 243 anos de tradição – O paraíso é aqui” – homenagem ao distrito de Albuquerque, fundado em 1776, dois antes de Corumbá. “Vamos falar de um lugar que tem um rio de água doce e cristalina com farturas de peixes e da fé do seu povo em Nossa Senhora da Conceição e da tradicional Festa do Divino”, explicou a presidente Joana Baroa.

Em busca da hegemonia que reinou no passado, a Unidos da Vila Mamona homenageará a Pérola do Pantanal – o município de Ladário, situado ao lado de Corumbá, e fundado em 1778. A escola vai mostrar a relação entre corumbaenses e ladarenses, unidos pela mesma história de ocupação da fronteira Oeste. A última escola a desfilar será a Marques de Sapucaí, cujo enredo vai falar da Lua, suas fases e influências na Terra, em um dia que promete muito sol.


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