MS tem nova confirmação de influenza

Secretaria de Estado de Saúde revela que houve duas confirmações por H1N1 em Três Lagoas e uma por H3N2 em Corumbá, onde ocorreu único óbito, até agora

  • André Bento
Campanha de vacinação contra a gripe segue em andamento (Foto: Divulgação)
Campanha de vacinação contra a gripe segue em andamento (Foto: Divulgação)

Os casos confirmados de influenza chegaram a três em Mato Grosso do Sul desde o início de 2019. Boletim Epidemiológico divulgado na quinta-feira (25) pela Secretaria de Estado de Saúde revela que houve duas confirmações por H1N1 em Três Lagoas e uma por H3N2 em Corumbá. Nesse segundo município, as complicações decorrentes da doença levaram uma pessoa à morte, em janeiro. 

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Com dados consolidados até quarta-feira (24), o levantamento indica a existência de 302 notificações em território sul-mato-grossense neste ano, o que aponta crescimento contínuo dos casos suspeitos da doença. Até 9 de abril, eram 206, número que saltou para 251 na semana seguinte, no dia 17, ou seja, 51 a menos do que atualmente.

Corumbá continua com a única vítima fatal confirmada entre os habitantes de municípios sul-mato-grossenses até agora, de H3N2, que provocou a morte de uma pessoa em janeiro. Mesmo sem revelar a identidade da pessoa, o boletim epidemiológico indica que tinha sobrepeso e era usuária de entorpecentes, além de etilista (alcoólatra).

VACINAÇÃO

Em Dourados, a imunização contra a gripe teve início no dia 15 de abril, com enfoque no público-alvo composto por crianças com idade de seis meses a cinco anos, e gestantes. Desde o dia 22 passado, contudo, a vacinação foi ampliada para puérperas (mulheres que estão no período de até 45 dias após o parto), idosos, profissionais da saúde, indígenas, pessoas privadas de liberdade, portadores de doenças crônicas e outras doenças que comprometam a imunidade, além de professores de escolas públicas ou privadas.

A 94FM apurou que as doses da vacina serão aplicadas exclusivamente nas Unidades de Saúde da Família e Unidades Básicas. Não haverá postos de vacinação volante. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, as pessoas inclusas nos grupos prioritários devem procurar os postos de saúde da região em que residem, portando documento de identificação, atestado para os portadores de doenças crônicas e cartão de vacinação para gestantes ou crianças.

RECOMENDAÇÕES

No boletim epidemiológico divulgado nesta semana, a Secretaria de Estado de Saúde faz três recomendações às secretarias municipais de Saúde: 

“Disseminar aos serviços de saúde públicos e privados o Protocolo de Tratamento de Influenza- 2017, com ênfase no tratamento oportuno dos casos de SRAG e de SG com condições e fatores de risco; divulgar amplamente à população as medidas preventivas contra a transmissão do vírus influenza (etiqueta respiratória e lavagem das mãos) e informações sobre a doença, com a orientação de busca de atendimento médico em caso de sinais e sintomas compatíveis; e notificar e tratar todos os casos que atendam a definição de caso de SRAG, independente de coleta ou resultado laboratorial”.

A publicação oficial acrescenta que o antiviral Oseltamivir, de nome comercial Tamiflu, está disponível em todo o Estado gratuitamente, e o seu uso no início dos primeiros sintomas da gripe é fundamental para prevenir o agravamento dos casos. “Porém, existem critérios pré definidos pelo Protocolo de Tratamento de Influenza que devem ser seguidos”, ressalva.

SINTOMAS E PREVENÇÃO

Os sintomas suspeitos da doença são: febre, tosse, dor de garganta e dores nas articulações, musculares ou de cabeça.  “É fundamental ao apresentar esses sinais, principalmente pacientes com comorbidades, procurar atendimento no início dos sintomas favorecendo o tratamento oportuno (em até 48 horas). O tratamento pode ser prescrito tanto por médicos do SUS como particulares, com a dispensação, sem custos, garantida pela rede pública”, detalha a Secretaria de Estado de Saúde.

O boletim epidemiológico assinala ainda ações para diminuir a circulação dos vírus da gripe, como higienizar as mãos com frequência; utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; não partilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal; evitar aperto de mãos, abraços e beijo social; reduzir contatos sociais desnecessários e evitar, dentro do possível, ambientes com aglomeração; evitar visitas a hospitais; e ventilar os ambientes.

DÚVIDAS FREQUENTES

Por fim, a publicação da Secretaria de Estado de Saúde elenca perguntas e respostas para sanar dúvidas frequentes. Confira abaixo:

Resfriado e influenza (gripe) são a mesma coisa?

Não. O resfriado geralmente é mais brando que a gripe e pode durar de 2 a 4 dias. Também apresenta sintomas relacionados ao comprometimento das vias aéreas superiores, mas a febre é menos comum e, quando presente, é de baixa intensidade. Outros sintomas também podem estar presentes, como mal estar, dores musculares e dor de cabeça. Assim como na gripe, o resfriado comum também pode apresentar complicações como otites, sinusites, bronquites e até mesmo quadros mais graves, dependendo do agente etiológico que está provocando a infecção.

Qual a diferença da gripe comum para a "gripe A"?

O que popularmente ficou conhecida como "gripe A" é, na verdade, a gripe causada pelo vírus influenza A H1N1. Em 2009, o mundo enfrentou uma pandemia desta gripe, com grande repercussão na saúde das pessoas e sobrecarga da rede de serviços de saúde.

Outro vírus influenza A que também está circulando pelo mundo é o H3N2. A vacina contra a gripe protege tanto contra o H1N1 como contra o H3N2, além de também oferecer proteção contra influenza B.

Qual o critério para a escolha dos grupos?

Os grupos prioritários são escolhidos levando em conta as pessoas com mais chances de desenvolver complicações a partir da gripe. Os critérios são construídos a partir da investigação do perfil dos casos graves e dos casos de óbito por gripe. 

Qual exame deve ser feito para a comprovação da infecção por algum desses tipos da Influenza?

O exame preconizado para detecção do vírus é o Swab Combinado Naso/Orofaringe, uma coleta simples em que o produto coletado é a secreção nasal e oral do paciente. Esta é feita com swab (um cotonete um pouco maior do que utilizado em casa).



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