Holocausto foi o crime mais atroz da era moderna, diz presidente da Palestina

A declaração foi feita dias após Abbas e sua facção, o Fatah, anunciarem uma aliança com o grupo radical Hamas, que governa a faixa de Gaza

  • Folha Press

 

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou hoje que o Holocausto foi "o crime mais atroz" contra a humanidade na era moderna, em mais um aceno para as negociações de paz com Israel.

A declaração foi feita dias após Abbas e sua facção, o Fatah, anunciarem uma aliança com o grupo radical Hamas, que governa a faixa de Gaza. A coalizão irritou o Estado judaico, o que pode dificultar ainda mais o diálogo entre israelenses e palestinos.

Em comunicado divulgado em inglês, Abbas prestou condolências às famílias dos seis milhões de judeus que foram mortos pelos nazistas. "O que aconteceu com os judeus no Holocausto foi o crime mais atroz que ocorreu contra a Humanidade na era moderna", disse.

Ele ainda aproveitou a ocasião para fazer um apelo a Israel para a conquista da paz e pela criação do Estado palestino. Esta não é a primeira vez que Abbas condena o Holocausto. No entanto, alguns membros do Hamas defendem a destruição de Israel e manifestam dúvidas sobre a magnitude do genocídio.

Ontem, Abbas disse que o governo a ser formado com membros do Fatah e do Hamas condenará a luta armada e reconhecerá o Estado de Israel.

Israel 

Pouco após a divulgação da nota, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que ele não vai retomar as negociações de paz enquanto o Hamas estiver no governo palestino. Para ele, os comentários de Abbas sobre o Holocausto não combinam com sua aliança com o grupo radical.

Netanyahu ainda acusou o Hamas de querer provocar um novo Holocausto. "O Hamas nega o Holocausto e inclusive tenta criar um outro Holocausto com a destruição do Estado de Israel".
Embora tenha criticado os palestinos, ele voltou colocar o Irã como principal ameaça aos judeus. "Além de seus esforços para dotar-se de armas nucleares, braços iranianos financiam e treinam o Hamas e outras organizações terroristas em nossas fronteiras", comentou.

Netanyahu lembrou que "a principal diferença entre a vulnerabilidade dos judeus durante o Holocausto e sua situação atual é que hoje temos um Estado soberano forte com um Exército sólido que pode defender-nos contra os que querem nossas vidas."