Lucy Citti Ferreira: A pintora esquecida do modernismo biografia de Mazé Torquato Chotil será lançada dia 29 em Dourados

  • Redação 94 FM
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Uma obra que aborda a vida e a trajetória da pintora modernista — também desenhista, gravadora e professora — Lucy Citti Ferreira (São Paulo, SP, 1911 – Paris, França, 2008), que marcou a história da pintura brasileira nas décadas de 1930 e 1940 e que, como tantas outras artistas mulheres, acabou esquecida. Esta biografia busca ajudar a “desenterrá-la”.

Nascida em São Paulo, Lucy passou a infância em Gênova, na Itália e em Le Havre, na França, onde iniciou seus estudos artísticos na Escola de Belas Artes, continuando-os depois em Paris. Já formada e premiada como pintora, retornou ao Brasil em 1934, nos seus 23 anos, quando conheceu Mário de Andrade, que a colocou em contato com o pintor Lasar Segall — com quem trabalhou, foi musa e viveu uma história marcante.

Seu patrimônio pictórico, incluindo seus arquivos, foi doado à APAC – Associação Pinacoteca Arte e Cultura, com o apoio de Marcelo Araújo, amigo da pintora, que, à época, depois de ter dirigido o Museu Lasar Segall, estava à frente da Pinacoteca de São Paulo.

Lucy viveu uma história artística relevante, assim como no plano afetivo: teve três homens importantes em sua vida e enfrentou numerosos desafios, tanto no plano pessoal quanto no profissional. Lutou contra dificuldades financeiras e contra as barreiras impostas às mulheres artistas. Sua relação com Segall foi, ao mesmo tempo, fonte de inspiração e obstáculo ao reconhecimento de sua própria obra. Uma Camille Claudel dos trópicos?

De volta a Paris em 1947, trabalhou intensamente, sempre em busca de novos caminhos para sua arte, sem se preocupar com a divulgação de sua obra. Assim, apesar de seus méritos e conquistas, foi esquecida pela história da arte.

Na apresentação da obra, a professora doutora da Universidade Federal de Goiás e poeta Valéria Cristina Pereira da Silva escreveu:

Puxando o fio de um novelo misterioso e reunindo um feixe de delicadezas, Mazé Torquato Chotil traz à tona a biografia de Lucy Citti Ferreira, uma artista esquecida do grande público, a pintora esquecida do modernismo brasileiro a quem havia ficado o epíteto de musa de Lasar Segall. O papel dado a Lucy pela história é revisto nesta obra: Lucy Citti Ferreira, a pintora esquecida do modernismo.

Chotil nos conduz pelos mistérios da vida de Lucy, apresentando a artista, a mulher e a personalidade forte por trás da discrição, da introspeção e da excentricidade. Esta obra, assim, é um lapidar da matéria da memória e polimento das lembranças através de fontes e documentos, aos quais vai apresentando-nos Lucy Citti Ferreira à medida em que a retira do recôndito, desnovelando fios de segredos carregados de emoção, de amores, de relações, de perdas, de despedidas, de criações. Nas treliças desses fatos e sentimentos, a sociedade da época é o apanágio onde se figuram valores, tabus e preconceitos.

Mazé Torquato Chotil é jornalista e autora. Doutora (Paris VIII) e pós-doutora (EHESS), nasceu em Glória de Dourados (MS), morou em Osasco (SP) e foi para a França em 1985. Nos últimos anos, vive entre Paris, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Tem 15 livros publicados, entre romances, biografias e ensaios, dos quais cinco em francês. Entre eles estão: Mares agitados: na periferia dos anos 1970; Na sombra do ipê; No crepúsculo da vida; Lembranças do sítio / Mon enfance dans le Mato Grosso; Lembranças da vila; Nascentes vivas para os povos Guarani, Kaiowá e Terenas; Maria d’Apparecida: negroluminosa voz e Na rota de traficantes de obras de arte.

Foi editora da 00h00 (catálogo lusófono) e foi fundadora e primeira presidente da UEELP – União Europeia de Escritores de Língua Portuguesa.

Escreveu — e continua escrevendo — para a imprensa brasileira e sites europeus.

Recebeu os prêmios da Academia Internacional de Literatura Brasileira (AILB): Prêmio Romance 2025, com o livro Mares Agitados: Na periferia dos anos 1970, e Prêmio Biografia 2022, com Maria d’Apparecida: negroluminosa voz.

Lançamentos no MS

·         27/09: às 19h na Câmara municipal de Gloria de Dourados

·         29/09: 15h na Câmara Municipal de Dourados (homenagem proposta pelo vereador Laudir Munaretto, seguida de apresentação e sessão de autógrafos do livro “Lucy”)

·         30/09: Campo Grande

o   13h30 UFMS para falar com os alunos dos cursos de Artes e Literatura, anfiteatro do bloco 8, mediação da Prof. Dra. Simone Abreu

o   19h UEMS com os alunos dos cursos de Letras/inglês e de ProfLetras com a mediação da Prof. Dra. Susylene Dias de Araujo

·         01/10: Biblioteca da Fundação de Cultura

Contatos

Mazé Torquato Chotil: [email protected]

A Pinacoteca de São Paulo realizará nova exposição de Lucy em janeiro de 2027

Editora Patuá: https://www.editorapatua.com.br/lucy-citti-ferreira-a-pintora-esquecida-do-modernismo-biografia-de-maze-torquato-chotil/p

Premiação

Mares agitados, outro livro de Mazé Torquato, que tem como pano de fundo a migração de jovens de Mato Grosso do Sul para São Paulo nos anos 70, recebeu o prêmio "Romance" da AILB.



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