Base da prefeita pede arquivamento de pedidos para cassar vereadores presos
Relatórios obtidos com exclusividade pela 94FM contêm pareceres contrários às cassações de Idenor Machado (PSDB) e de Denize Portollann de Moura Martins (PR)

Vereadores que integram a base da prefeita Délia Razuk (PR) na Câmara de Dourados e foram nomeados para relatoria de comissões processantes instauradas para investigar parlamentares presos acusados de corrupção pediram o arquivamento de duas denúncias. Os relatórios obtidos com exclusividade pela 94FM, assinados por Júnior Rodrigues (PR) e Maurício Lemes (PSB), respectivamente, contêm pareceres contrários às cassações de Idenor Machado (PSDB) e de Denize Portollann de Moura Martins (PR).
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Ex-presidente da Câmara de Dourados preso no dia 5 de dezembro de 2018 na Operação Cifra Negra, desencadeada por MPE-MS (Ministério Público Estadual) e Polícia Civil contra fraudes em licitações na Casa de Leis, Idenor Machado é alvo de comissão processante com Jânio Miguel (PR) na presidência, Junior Rodrigues (PR) na relatoria e Cido Medeiros (DEM) como membro. Os três são da base aliada à prefeita.
Alvo de outra ação policial contra corrupção em Dourados, a vereadora afastada Denize Portollann de Moura Martins terá a denúncia por quebra de decoro parlamentar analisada por Romualdo Ramim (PDT), Mauricio Lemes (PSB) e Bebeto (PR). Ela foi presa em 31 de outubro passado na Operação Pregão, que aponta fraudes em licitações na prefeitura. Ex-secretária municipal de Educação nomeada por Délia desde o início do atual governo, Denize também é investigada por governistas.
Ambos os relatores apresentaram seus votos pelo arquivamento das denúncias na quinta-feira (7). Contudo, as decisões que podem ou não cassar os mandatos dos vereadores acusados de corrupção dependem de votação em plenário, ainda sem data para acontecer. Ainda faltam relatórios sobre outros dois parlamentares implicados nas mesmas denúncias.
Outro alvo da Cifra Negra, Cirilo Ramão Ruis Cardoso, o Pastor Cirilo (MDB), é alvo de comissão processante presidida por Alberto Alves dos Santos, o Bebeto (PR), com Junior Rodrigues (PR) na relatoria e Silas Zanata (PPS) de membros. A exemplo do investigado, os investigadores são todos ferrenhos defensores do governo Délia na Câmara.
Também apontado como membro desse suposto esquema fraudulento que envolvia contratos no Legislativo, Pedro Pepa (DEM) terá a denúncia contra si julgada por Carlito do Gás (PATRIOTA), Jânio Miguel (PR) e Olavo Sul (PATRIOTA). Dos responsáveis pela investigação, Carlito e Jânio defenderam a candidatura de Pepa à presidência da Câmara mesmo após a prisão do colega parlamentar.