Câmara leva ao plenário denúncias contra três acusados de tráfico de influência
Caso haja maioria simples de votos favoráveis, poderão ser abertas comissões processantes para investigar vereadores

A Câmara de Dourados levará ao plenário na sessão desta segunda-feira (16) as denúncias contra três vereadores por suposto tráfico de influência para beneficiar assessores e familiares em projeto habitacional. Caso haja maioria simples de votos favoráveis, 10, poderão ser abertas comissões processantes para investigar os parlamentares acusados.
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A 94FM apurou que foram incluídas entre as matérias em deliberação os requerimentos de denúncia com pedido de abertura de Comissão Processante em desfavor dos vereadores Romualdo Rodrigues da Silva, o Romualdo Ramim (PDT), Aparecido Medeiros da Silva, o Cido Medeiros (DEM), e Cirilo Ramão Ruis Cardoso, o Cirilo Ramão (MDB).
Segundo o presidente da Câmara, vereador Alan Guedes (DEM), caso haja maioria simples de votos favoráveis, serão criadas comissões processantes com objetivo de investigar as denúncias e ao final emitir parecer pelo arquivamento do caso ou cassação do acusado.
Conforme já revelado pela 94FM, na quarta-feira (21) foram protocolizadas na Casa de Leis denúncias contra esses parlamentares que citam Inquérito Civil Público instaurado pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual) para apurar irregularidades na seleção de beneficiários no Projeto Lote Urbanizado, feito pela Agência Estadual de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul em convênio assinado com a Agência Municipal de Habitação de Dourados.
Contra Cido Medeiros, o denunciante afirma haver indícios de que a prática do crime de tráfico de influência ocorreu porque a coordenadora de um movimento social por moradia teria indicado a pedido do vereador uma assessora do mesmo para ser contemplada, “sem realização das triagens por assistente social da ONG Instituto Nossa Casa de Dourados, que apenas emprestou a documentação constituitiva a Municipalidade para a assinatura do convênio com o Governo do Estado”.
Quanto a Cirilo, a denúncia diz que ele indicou um assessor parlamentar para ser beneficiário do programa, também com a chancela da líder comunitária que preside o movimento social por moradia.
No caso de Ramin, o beneficiário do mesmo programa habitacional, por sua indicação, seria um assessor parlamentar lotado no gabinete de quem também seria primo de terceiro grau, além de outros parentes do mesmo.
O vereador Cido Medeiros foi procurado pela reportagem da 94FM no dia da denúncia e por telefone disse estar tranquilo para provar que a denúncia não procede e alegou ter ficado surpreso.
“Eu tenho a falar que estou surpreso, não sei o que dizer de uma situação dessas, nem sabia que a pessoa que trabalha para mim tinha inscrição. Fiquei sabendo hoje. Essa denúncia para mim é infundada. Não sei qual o interesse. A minha filha foi sorteada para apartamentos há uns quatro anos e eu pedi para ela desistir por ser minha filha. Essa denúncia coloca em cheque até o Ministério Público, porque é sorteio e todo sorteio tem promotor acompanhando. Eu quero que averigue e se eu não dever o denunciante vai ter que responder”, alegou à 94FM.
Ramim também rebateu as acusações e Cirilo não se manifestou até o momento.