Contas da Funsaud registram déficit de R$ 1,5 milhão por mês

O diretor-presidente da Funsaud (Fundação dos Serviços de Saúde de Dourados), Daniel Fernandes Rosa esteve na manhã de ontem (11) na Câmara de Dourados, apresentando diagnóstico das condições financeiras do órgão. De acordo com ele, a superlotação continua sendo um problema, devido à grande demanda de pacientes de outros municípios.

Conforme informou o diretor-presidente, o déficit mensal da Funsaud, que é responsável por atender UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e Hospital da Vida, continua e tem subido. Até junho do ano de 2018, era de R$ 1,2 milhão e agora, chega a R$ 1,5 milhão mensal. Segundo ele, a Fundação trabalha com receita de R$ 4 milhões por mês.

Ele ainda explicou que a UTI do Hospital da Vida, por exemplo, possui 60% dos pacientes de outros municípios. O mesmo ocorre com a ala vermelha do hospital que, dos 20 leitos, 13 são ocupados por pessoas de cidades vizinhas.

"Além de Dourados, atendemos mais 32 municípios, o que soma quase um milhão de habitantes. Com isso, estamos tomando as tratativas para regular essa situação", comentou Daniel.

SUPERLOTAÇÃO

No Hospital da Vida, por exemplo, a superlotação é constante. No domingo (10), em um exemplo claro da situação, dois médicos de plantão formalizaram a situação e enviaram ao Ministério Público Estadual, à Secretaria Municipal de Saúde, ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), ao Corpo de Bombeiros, à Central de Regulação e ao Conselho Municipal de Saúde, informando que o Hospital da Vida estava sem leito, maca ou colchão livre. Além disso, foi informado que a unidade de saúde estava com superlotação ou acima da capacidade máxima, sendo 18 pacientes na área verde, e oito na área vermelha.

Finalizando o comunicado, o documento detalha que, devido à superlotação, não havia mais espaço, nem macas, para acomodar os pacientes.

OPERAÇÃO

Na manhã desta terça-feira (12), a Polícia Federal está cumprindo ordem judicial, com mandados de busca e apreensão no setor da Saúde de Dourados.  O alvo é a Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados) e a Secretaria Municipal de Saúde da cidade. De acordo com a PF, o esquema criminoso consistia em fraudes por meio de possível direcionamento na licitação e na execução do contrato com a administração, causando prejuízos ao dinheiro público de milhares de reais. (Saiba mais sobre a operação aqui)

Inclusive, há dois meses, a CGU (Controladoria-Geral da União) já estava de olho na Fundação dos Serviços de Saúde Dourados. Conforme relevado pela 94FM, o órgão do Governo Federal realizou, em novembro de 2018, uma inspeção/auditoria nas dependências da Fundação no início do mês de outubro de 2018. (Saiba mais aqui)