Prefeitura diz que auditoria na Funsaud foi pedida na véspera da ação da PF
Investigações apuraram indícios de fraude em licitação de R$ 1,8 milhão para a aquisição de refeições a pacientes e funcionários do Hospital da Vida e da UPA 24 Horas

A Prefeitura de Dourados informou que uma auditoria nas contas da Funsaud (Fundação municipal dos Serviços de Saúde) foi requisitada na véspera da Operação Purificação, desencadeada pela Polícia Federal nesta terça-feira (12) para desarticular suposto esquema de corrupção. As investigações apuraram indícios de fraude em licitação de R$ 1,8 milhão para a aquisição de refeições a pacientes e funcionários do Hospital da Vida e da UPA 24 Horas.
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Conforme os delegados federais Denis Colares e Fabrício Rocha, uma empresa de fachada foi aberta com finalidade exclusiva de obter o contrato milionário para fornecimento das marmitas em 2017, primeiro ano do mandato da atual prefeita, Délia Razuk (PR). Contudo, no endereço desse empreendimento não haviam sequer funcionários ou equipamentos.
De acordo com o Campo Grande News, foram cumpridos nesta manhã oito mandados de busca e apreensão cumpridos na empresa, residências e nas sedes da Funsaud e da Secretaria Municipal de Saúde. Além disso, “Ronaldo Gonzales Menezes, citado como representante legal da Marmiquente nas licitações em que a empresa participou em Dourados”, foi alvo de mandado de prisão temporária expedido pela Justiça Federal.
Mesmo sem dar explicações sobre esse caso, a Prefeitura de Dourados divulgou no início da tarde de hoje matéria via assessoria de imprensa na qual alega que o secretário municipal de Saúde, Vagner da Silva Costa, havia protocolado junto à Funsaud, na segunda-feira (11), “documento solicitando a realização de completa auditoria contábil e financeira para conferir a aplicação dos recursos repassados mensalmente pela pasta para que a Fundação possa custear os serviços de manutenção no Hospital da Vida e da UPA (Unidade de Pronto Atendimento)”.
“A CI (Comunicação Interna) 022/2019, assinada pelo secretário Vagner Costa e encaminhada ao Setor de Auditoria da Secretaria, leva em conta a situação demonstrada pelos dirigentes da Fundação e solicita a realização de auditoria contábil e financeira do período compreendido entre janeiro de 2017 a dezembro de 2018 nos contratos firmados com a Funsaud”, relatou a administração municipal.
A requisição de auditoria teria sido motivada por informações prestadas ontem na Câmara de Vereadores pelo presidente da Funsaud, Daniel Rosa. Aos parlamentares, ele relatou que o órgão vinha acumulando um déficit de R$ 1,5 milhão mensais, do repasse de R$ 4 milhões que é feito pela secretaria para custear a Saúde no Município.