Mães relatam caos na educação um mês após 'início das aulas' em Dourados

Falta de professores na rede municipal de ensino tem motivado a dispensa de alunos das escolas e responsáveis pelas crianças manifestam preocupação

Falta de professores na rede municipal de ensino tem motivado dispensa de alunos (Foto: A. Frota)
Falta de professores na rede municipal de ensino tem motivado dispensa de alunos (Foto: A. Frota)

Mais de um mês após o início do ano letivo de 2018 na rede municipal de ensino – ocorrido em 15 de fevereiro -, mães relatam o caos na educação pública de Dourados. Sem professores suficientes nas salas de aulas, escolas têm dispensados alunos mais cedo. Ao reportar um único caso em matéria publicada segunda-feira (19), a 94FM questionou nas redes sociais se algum de seus leitores estavam a enfrentar o mesmo problema. Os relatos surgiram aos montes. 

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“Minha filha faz o 7º ano no Loide Bonfin e até hoje não teve aula em horário normal nenhum dia, todos os dias é liberada mais cedo, tem matérias que não tem professor, matemática é uma delas. É uma vergonha o que essa Délia Razuk está fazendo com a educação nessa cidade. Na campanha dela disse que iria valorizar os professores e olha só o que está fazendo. Deveriam tirar ela do poder, ela não só não faz nada, ela está piorando com o que já era ruim”, desabafou Paula Oliveira, uma das mães.

Gaeco apreendeu documentos na Prefeitura de Dourados no dia 5 de fevereiro (Foto: Eliel Oliveira)
Gaeco apreendeu documentos na Prefeitura de Dourados no dia 5 de fevereiro (Foto: Eliel Oliveira)
As críticas à prefeita ocorrem porque a falta de professores em sala de aula é fruto, justamente, de um impasse judicial que poderia ter sido resolvido ainda no final de 2017. Na Ação Civil Pública número 0809414-80.2017.8.12.0002, o MPE-MS (Ministério Público Estadual) apontou irregularidades nas contratações temporárias de educadores. Sem atender aos pedidos de esclarecimentos feitos pelo juiz José Domingues Filho, titular da 6ª Vara Cível da comarca, a prefeitura chegou a ser alvo de operação de busca e apreensão desencadeada em 5 de fevereiro pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) nas dependências das secretarias de Educação e de Administração.

E até hoje as investigações não conseguiram descobrir o número de vagas puras – destinadas a professores concursados – existente na rede municipal de ensino. Enquanto uma perita nomeada judicialmente não apresenta respostas para essa questão, a administração municipal segue a fazer convocações de educadores determinadas pelo magistrado, mas pelo menos até ontem, quando a 94FM colheu os depoimentos de mães de alunos matriculados no município, ainda faltavam profissionais.

“Meus filhos estudam no Clarice Bastos Rosa. Estão sendo dispensados às 9h30, quando tem aula... Fico preocupada porque no próximo mês já era pra estar acabando o primeiro bimestre. Minha filha está no nono ano e tenho medo do quanto isso pode prejudicá-la, já que ela pretende fazer a prova de admissão para o IFMS ano que vem”, revela Claudia Regina.

“Meu filho está matriculado no 2º ano vespertino do Albertina e desde o início do ano letivo só teve 3 dias de aula e nesses dias ele saiu cedo pois não tinha professores! preciso trabalhar e muitas vezes tenho que deixá-lo com pessoas que não tem essa obrigação!”, queixa Vanessa Moura.


Em meio às dezenas de relatos feitos por quem sofre com essa situação (você pode conferir todos clicando aqui ou no post acima), surgem questionamentos sobre quando a situação irá normalizar. Contudo, nesta terça-feira (20) a 94FM revelou que a prefeita Délia Razuk e o secretário municipal de Educação Upiran Jorge Gonçalves, determinaram na quinta-feira passada que alunos do 4° e do 5° ano da Escola Municipal Fazenda Miya, localizada no distrito do Guassú, com 22 alunos, deverão dividir a mesma sala por causa da falta de professores.

“Fui obrigada a tirar minha filha do município, sem professora desde o começo do ano. E quando tinha saia cedo. E como ir buscar nossos filhos na escola se trabalhamos?”, questiona Taici Cardoso. “Essa prefeitura de Dourados não está fazendo nada mesmo”, critica.

“A escola Etalívio Penzo aqui no Parque das Nações II também está faltando professores. Uma vergonha isso”, afirma Clara Matos. “O meu menino também está no Etalívio Penzo e também até hoje ele teve aula dois dias só é não tem previsão de quando ele vai ter aulas normais”, complementa Silvana da Silva.


Comentários
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  • Vanessa

    Vanessa

    É direito da criança e adolescente a educação, ela está cometendo um crime gravíssimo!!!!!!!

  • Jooo

    Jooo

    É o pior governo de todos os tempos,caos. na educação,saúde,segurança,ruas esburacadas,iluminação pública sem manutenção,um descaso total e a cada dis piora,e conts com o apio de 13 dos vereadores que aí estão ,que ao invés de fiscslizar e cobrar a atusl administração,fica contrs o povo.Pelo o andar da carruagem caminhando pra uma interdição por improbidade dessa prefeitura,o que deveria acontecer antes de uma falência total.